Sabemos que a velhice é uma etapa da vida, uma categoria estabelecida socialmente para categorizar um grupo etário, considerando especificidades comuns à idade, não só pelas condições biológicas, mas também aspectos socioculturais que podem intervir diretamente na vida das pessoas.
Em contraponto aos relatórios que a Organização Mundial da Saúde lançou em 2021 com direcionamentos voltados à Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030) e Relatório Mundial sobre Idadismo, ambos já mencionados nos encontros do Projeto Longevità que realizamos mensalmente num bate papo com especialistas e idosos do Convita, a partir de janeiro de 2022, a OMS lançará a nova Classificação Internacional de Doenças que inclui a velhice no CID 11 – MG2A.
Atribuir a velhice como doença é o fruto da deslegitimização de todo um investimento que há mais de 20 anos tem sido realizado, a partir da Programa de Envelhecimento Ativo e tantas outras frentes da própria OMS, que foram estruturados para potencializar à nível internacional, um processo de envelhecimento com oportunidades e uma velhice digna para todas as pessoas.
Essa inclusão é um reforço do estereótipo de uma velhice que é permeada pelo preconceito e discriminação, realidade que as pessoas idosas já sofrem diariamente, e que infelizmente, está sendo endossado pelo principal órgão de autoridade em saúde de notoriedade mundial, e que sem dúvidas, reforçará a cultura de uma velhice incapaz, improdutiva e doente, afetando diretamente nas políticas públicas e o acesso de pessoas idosas em muitas frentes, como à saúde, ao mercado de trabalho, à participação social, e outros aspectos que correspondem à uma velhice com dignidade.
Por isso, instituições de referência nacional e especialistas em Geriatria e Gerontologia do Brasil organizaram a campanha “Velhice não é Doença” e que rapidamente teve adesão de representantes de vários países do mundo e já ganhou notoriedade junto à Organização Panamericana de Saúde, chegando então, à OMS.
O Convita, honrando sua história de mais de 71 anos atuando pessoas imigrantes italianas, descendentes e comunidade, onde a maioria dos atendimentos realizados são voltados às pessoas idosas, integrou nessa campanha assinando o manifesto e tornando público seu posicionamento, considerando que essa decisão está em contramão ao que acreditamos, de um processo de envelhecimento com oportunidades ao longo da vida, a fim de alcançarmos uma velhice digna e ativa.
Convidamos você para integrar a campanha também, e saiba quais impactos sofreremos com essa decisão.
Assine o manifesto organizado por instituições e profissionais que são referência em Geriatria e Gerontologia em nosso país!
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